Filha de Cupertino nega que pai tenha entrado em contato durante fuga

Foram quase três anos de turbulência, assédios, ataques e problemas pessoais desde que Isabela Tibcherani viu o então namorado, o jovem ator Rafael Miguel, ser assassinado pelo próprio pai, Paulo Cupertino. O responsável pela morte do rapaz e dos pais dele foi preso em um hotel de São Paulo (SP) na 2ª feira (16.mai). 

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A reportagem do Primeiro Impacto conversou com a Isabela Tibcjerani, acompanhado de advogados em um escritório de jurídico.

Isabela, hoje com 21 anos, afirmou que recebeu a notícia da prisão por amigos próximos, "de repente", e que "não teve tempo de assimilar" a situação, mas crê no "senso de Justiça" em meio ao "mix de sentimentos e muitas coisas pra pensar, do que vai acontecer daqui pra frente". 

A jovem tentou, no período em que Cupertino ficou foragido, se blindar da exposição que o crime trouxe. Isabela negou que o pai tenha entrado em contato. "Era muito provável que ele não ia ficar distante por muito tempo. Até porque ouvi muito dizer que as pessoas que cometem crimes voltam para o lugar onde tudo aconteceu", afirmou. 

Isabela não temia pela própria vida em relação ao crime, mas pelo que poderia acontecer com os próximos. Questionada sobre ameaças anteriores ou sobre o dia do crime, a jovem não quis tocar no assunto. 

Segundo ela, o pai era "possessivo" e "misógino".

"[Uma pessoa] possessiva com tudo que envolve a vida dele. O fato de eu ser filha, única filha mulher, é um agravante para ele ser assim", afirmou Isabela. "Existe uma especulação ridícula de que ele tinha algum sentimento platônico sobre mim ou qualquer coisa do tipo, mas isso é absurdo", pontuou. 

Diante da situação delicada, Isabela quer "fortemente que a justiça seja feita" e que não tem que "perdoar" o pai, já que "nada que venha a acontecer daqui pra frente vai trazer alguém de volta". A jovem se colocou à disposição "para todos os trâmites [jurídicos] necessários, embora seja doloroso. É do meu interesse que isso se resolva". 

Buscando paz e com o desejo de "se livrar do peso" que o crime trouxe, Isabela afirma sentir falta de Rafael Miguel todos os dias.

"[Ele representou] um momento da minha vida em que tive felicidade de verdade. Foi pouco tempo, mas muito significativo e descobri o sentimento que eu quero pra minha vida". 

Isabela disse ainda em entrevista ao Primeiro Impacto que agora quer manter a paz, o discernimento e lamenta por toda a situação que viveu nos últimos tempos.

"Eu preciso de paz. Porque manter a minha cabeça como eu tenho mantido, com o meu discernimento, com todo o amadurecimento que eu fui obrigada a adquirir com o tempo... Eu tenho 21 anos e não vivi metade das coisas que eu merecia viver. E é muito cansativo, muito doloroso, mas não vou abaixar a minha cabeça, como não abaixei. Minha família precisa de paz, a família dele precisa de paz. Agora é esperar que a justiça seja feita. Não dá pra viver a vida baseada em tragédia", finalizou. 

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