Rogério Marinho nega existência de orçamento secreto

O ministro do Desevolvimento Regional, Rogério Marinho, negou, nesta 3ª feira (8.jun), a existência de um orçamento paralelo para execução de obras públicas. "Não vejo nada de secreto em uma votação feita nas duas Casas", afirmou, referindo-se ao Congresso Nacional. A declaração foi dada durante audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados.

Questionado sobre a falta de transparência nos critérios usados para concessão de benefício fiscais, o ministro se esquivou responsabilizando o Congresso. "Os senhores são o Parlamento. Se está faltando algum problema aí na visibilidade, os senhores são o Parlamento, os senhores têm a iniciativa e a capacidade de aperfeiçoar os instrumentos", refutou.

O orçamento secreto seria um esquema criado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para beneficiar aliados políticos com indicação de destinação de recursos das emendas de relator-geral e garantir apoio no Congresso. O tema foi revelado por veículos de imprensa. Os parlamentares indicariam R$ 3 bilhões em emendas para suas bases eleitorais. Marinho, no entanto, negou que o governo execute as emendas: "As emendas estão dentro do orçamento em função da iniciativa do parlamento. Nós temos a responsabilidade de execução".

As falas de Marinho vêm em meio a acusações de ter empenhado recursos do orçamento secreto para a compra de 90 tratores, nove motoniveladoras e 12 pás carregadeiras para o Rio Grande do Norte, seu estado de origem, direcionadas à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ao que explicou que "nenhuma das compras foram efetuadas". Reportagens também apontaram que executivos da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini teriam se encontrado com Marinho, em reunião intermediada por Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente da República, que teria recebido em troca um carro elétrico de R$ 90 mil.